Centenário do
nascimento de
Francisco Henriques
Por Eduardo Valente
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Estávamos em
meados de Maio de 2017 e, após a publicação do primeiro PROBLEMAS IMORTAIS consagrado a Manuel Melo, iniciávamos o esboço do
artigo seguinte desse seriado.
A escolha do Damista-Compositor
para esse segundo PROBLEMAS IMORTAIS,
já há muito havia sido feita e ela recaía sobre um dos maiores vultos das Damas
Clássicas em Portugal:
Francisco Henriques
Não imaginávamos,
nessa altura, a magnifica surpresa que iriamos ter, quando começamos a preparar
os dados biográficos do Autor. Francisco
Henriques nasceu a 28-6-1917 !
Com este
artigo que vê a luz hoje, a 28-6-2017, celebramos também o centenário do seu
nascimento!
Apesar de ter sido
uma mera coincidência, é com uma enorme satisfação que juntamos essa feliz
circunstancia a este preâmbulo ao PROBLEMAS IMORTAIS (2)
consagrado a esse enorme Damista e Poeta que foi Francisco Henriques.
Já depois de
apreciar a sua obra na Enciclopédia Damista, quando conheci pessoalmente
Francisco Henriques, a minha admiração pelo Homem em si, mais do que o Damista propriamente
dito, tornou-se imensurável. Das várias vezes que o visitei em Almeirim, guardo
comigo muitas e variadas recordações. Quinze anos passados, após o seu
falecimento em 2002, vejo-o agora mais como um Mestre Zen, capaz de nos fazer “revirar
os olhos para dentro de nós mesmos” e nos iluminar o espirito com sabedoria e
benquerença. Cada momento de convívio, com uma pessoa como Francisco Henriques,
era fonte de genuina inspiração. Deixo aqui um exemplo: quando, em 1999, recebi
uma das suas ultimas dádivas – o seu Livro de Sonetos “Cântico à minha Terra”, com uma magnifica dedicatória assinada por
sua mão, não sendo eu Poeta, fui capaz de me transcender e compôr os únicos
versos que escrevi até hoje na minha vida (!) e que lhe foram dedicados na
Revista da Enciclopédia Damista em Dezembro de 1999.
Guardo como
uma relíquia a carta que Francisco Henriques me escreveu no final do mesmo ano,
após ter recebido a ED e ter lido os versos a si dedicados. Nela pode ver-se
como sincera era a sua humildade:
“Quem
me dera ser parecido com o retrato que de mim fazem os Amigos!...”
ETERNAMENTE
GRATO
Da ED foi Director, FRANCISCO HENRIQUES sua graça
A todo o mundo encanta seu fino trato e saber
Ao perscrutar os Antigos seus enigmas deslaça
Paixão assim pelas Damas só pode nele caber
Lenda viva já era sem erguer
alguma taça
Melhor prémio não há
que de coração bem querer
Em sua Terra amada
está, perpetuado numa Praça
Onde um “Cântico”
floresce com néctar de mel e ser
Do Jogo ao longe ficou
por tantos amores levado
E quem a alma sente
também seguirá seu brado:
Que da BELEZA ETERNA
todo o egoísmo se esfume
Quando de Almeirim o
Mestre apronta sua pena
Mais do que genial
lance em linha pequena
Emana da vida, sonho,
esperança e perfume !
PROBLEMAS IMORTAIS (2)
Pesquisa biográfica e selecção de trabalhos:
Henrique Guerra e Eduardo Valente
Soluções comentadas: Eduardo
Valente
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PROBLEMAS
IMORTAIS de FRANCISCO HENRIQUES
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Nome: Francisco Apolinário Henriques
Data e Local de Nascimento: 28-06-1917 em
Almeirim (Ribatejo – Portugal)
Falecimento: 24-05-2002 com 84 anos
Profissão: Contabilista
Descendentes: Dois, do sexo masculino
Curriculo Damista:
· Autor e Editor da Revista Em
frente do Tabuleiro – Revista dedicada ao Jogo das Damas toda editada à
maquina de escrever com uma tiragem de 6 numeros, num tempo em que ainda não
havia fotocopiadoras, no ano de 1940.
·
Director Técnico da Estratégia
Damista
·
Colaborador da Revista
Portuguesa de Damas
· Director Técnico da Enciclopédia Damista a partir do N°20 em Outubro de 1958 – de realçar que Francisco
Henriques teve participação crucial nos 50 Anos de publicação ininterrupta da
Enciclopédia Damista pois foi ele quem, sozinho, a manteve “viva” durante dois
anos, no período de ausência do Dr. Sena Carneiro a cumprir o serviço militar
em Angola!
· Ao nível do Jogo Prático destacou-se sobretudo no Estudo da
Abertura do Rio publicada no Tratado da Enciclopédia Damista, tendo aprofundado
até à exaustão a Partida Bilateral, variante conhecida pelo nome de “Flora
Temple” nos tratados Ingleses e Americanos.
· Ao nível do Final Prático, Francisco Henriques teve papel
determinante na elaboração do 5° e 6° Volumes do Tratado da Enciclopédia
Damista, onde muitos dos mais de 750 Finais Práticos aí apresentados, são da
sua autoria.
Nesses dois Volumes que compõem a III parte
do Tratado da Enciclopédia Damista (684 paginas publicados entre Novembro de
1960 e Janeiro de 1969), Francisco Henriques é o autor da maioria dos Finais de
Dama e Peão x 2 Peões, de Dama e Peão x 3 Peões e
sobretudo dos Finais de Três Damas x Dama e 3 Peões onde foi Autor de 24 dos 44
Finais deste tipo publicados nesses Volumes do Tratado!!!
· Autor do Artigo “Técnica
da Construção do Problema” publicado originalmente na Revista Século Ilustrado a partir de 7 de
Fevereiro de 1942 e republicado na integra na Historia do Problema em Portugal (Tratado da Enciclopédia Damista –
II-65) com o seguinte preambulo escrito pelo Dr. Orlando Augusto Lopes: “[…] Francisco Henriques […] cria um
trabalho com principio, meio e fim, que fica sendo o «vademecum» do Compositor, até aos nossos dias”.
· Autor do Artigo “A
Transposição” publicado originalmente na Revista A Esfera a 20 de Setembro de 1943 e republicado na Historia do
Problema em Portugal (Tratado da Enciclopédia Damista – II-68).
Neste Artigo Francisco Henriques define e
estrutura pela primeira vez na historia do Jogo das Damas, a Técnica da Transposição, considerando-a
como matéria de conhecimento obrigatório para todo o Damista-Compositor dadas
as vantagens que esta técnica aporta ao “desdobramento das composições e
aprofundamento dos temas”.
· Autor de Artigos vários sobre os Classicos Espanhois, publicados
na Revista da Enciclopédia Damista como por exemplo :
o “Perscrutando
a Esfinge”: onde dissertou sobre a autoria do mais antigo Final Prático conhecido que é
atribuído a Anton Torquemada, sem que tal se possa provar com exactitude – Br:
2, (4), (8), 24 Pr: 9, (32) JBG
o
“Viagens ao mundo dos
livros”: onde nos delicia com detalhes e explicações sobre as obras dos
Clássicos Espanhois. O parágrafo onde atribui a paternalidade do Problema de
Damas a Timoneda é um autêntico monumento
à própria Arte da Composição Artistica que não podemos deixar de reproduzir
aqui: “Timoneda foi um problemista
genial. Foi ele o criador do Problema de Damas, já que os seus antecessores não
passaram do campo prático – a Partida e o Final. Os seus trabalhos são
verdadeiros cânons de beleza, pelo conceito artístico, a originalidade dos
temas, a elegância da forma.”
· Autor do Artigo sobre a Lei
da Qualidade publicado na Revista da Enciclopédia Damista N°60 em Fevereiro
de 1962.
o
Em síntese, Francisco Henriques conta nesse artigo como se “bateu
pela sua Dama” quando em 1944, o Dr. Carlos Rodrigues Lafora quis uniformizar,
entre Portugal e Espanha, as Regras do Jogo das Damas ao criar um Regulamento
Internacional do Jogo das Damas para o Tabuleiro de 64 casas, sem que a Lei da
Qualidade fosse nele incluída. O argumento do Dr. Lafora era que essa Lei não
havia sido expressa em nenhum Clássico Espanhol à excepção do já tardio
Francisco Lozano Frau no seu “Nuevo Tratado del Juego de Damas” (Pag 26) no ano
de 1872. Ora para Francisco Henriques isto seria inaceitável, pois grande parte
do edifício do Problemismo em Portugal é baseado nessa “Lusitana” Lei da
Qualidade!
· Como Artista multifacetado que foi, Francisco Henriques copiou,
à mão e à tinta da china, vários livros dos Clássicos Espanhois - Pedro Ruiz
Montero, Juan Timoneda, Pablo Cecina Rica y Fergel e Luis Soler y Rovira - com
um tal rigor e perfeição que reproduziu com exactidão mesmo os defeitos de
impressão existentes nos originais!
Também na reprodução dactilografada do
Tratado de Don Manuel Cárceles Sabater por ele realizada, teve o gosto e a
maestria de desenhar a lápis grafite, o retrato do Autor como no original
existente no livro que reproduziu!
Reprodução, a tinta
da china, feita por Francisco Henriques do Livro de Juan Timoneda (Ano de 1635). Notem-se as falhas nas casas negras
exactamente como no original e os detalhes das borduras laterais!
Escolhemos como
exemplo, a página em que aparece a famosíssima prisão de Timoneda considerado
pelo Dr. Orlando Augusto Lopes («Eureka» N°3, Fevereiro 1955) como “o
maior de todos os problemas clássicos” :
Apresentação
moderna [Brancas movendo de baixo para
cima] :
Jogam brancas e ganham
|
Reprodução a lápis grafite feita por Francisco Henriques
do retrato de
Don
Manuel Cárceles Sabater
|
Se o resumido Curriculo Damista de Francisco Henriques que
acabamos de apresentar (e onde muito ficou por dizer) demonstra já o quão
incontornável a figura de Francisco Henriques se tornou para o Jogo das Damas
Clássicas, a sua vertente de homem das letras é de igual modo impressionante.
Para além do Livro da sua vida “Cântico
à minha Terra”, escreveu também obras como “A POESIA E EU”, “PALCO E
PRESÉPIO - uma histórica peça teatral e 36 sonetos de Natal” e “ESTA PEQUENA RAÇA DE GIGANTES”. Deixamos
aqui apenas quatro Sonetos que selecionamos da sua enorme obra Poética.
O
JOGO DAS DAMAS
Não é, como pretende muita gente,
Um passatempo inútil e ocioso.
É algo de mais digno e atraente,
É assim como o Xadrez nobre e formoso.
Quem não admira o efeito surpreendente
A técnica dum lance aparatoso?
Um jogo rematado airosamente?
Um Final elegante e trabalhoso?
Se passarmos ao campo do problema
Só quem não profundou a bom rigor
Do Tabuleiro as variadas gamas
Não sente a poesia que há num tema
Nem sabe que é um poema de valor
Cada problema
clássico de “damas”.
Soneto de exaltação
ao Jogo das Damas publicado originalmente na Revista “HUMANIDADE” a 11 de Dezembro de 1938
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BELEZA
ETERNA
Do Belo tendo na alma a chama acesa
Consumi-me na ávida procura
Do êxtase da Forma ideal e pura
- Na Arte, na Mulher, na Natureza.
Beleza é mais que simples formosura,
Perfeição mais ainda que beleza
Mas não passa de um “sonho de incerteza”
Tanto mais belo quanto menos dura.
Pátinas da Arte, são-no o Tempo e o Gosto;
À Mulher, a Velhice afeia o rosto:
No Inverno, à Natureza a cor fenece.
E uma verdade límpida decorre:
A beleza terrena passa e morre…
- Só no JOGO DAS DAMAS permanece!
Soneto de exaltação
ao Jogo das Damas publicado originalmente no N°250 da Revista da Enciclopédia
Damista em Outubro de 1978
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EU
Como no conto de
Andersen, também
Fui o patinho feio
da ninhada,
E devido à figura
esgrouviada
Por todos fui
tratado com desdém.
Nem sequer mereci
beijos de mãe
Na minha infância
pobre e desolada!
Só na ternura da
alma enamorada
Soube o que é ser
amado por alguém.
Quando o suave
milagre aconteceu,
A beleza latente em
mim nasceu
E fez do amor o seu
mais belo tema.
Agora, triste e só
no lago fundo,
Solta o feio patinho
morimbundo
O seu canto de cisne
– este poema
Soneto Auto-Retrato
publicado originalmente no livro
“Cântico à minha terra – Sonetos” pag
167
1ª Edição em Junho
de 1999
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A
MINHA PRAÇA
Quando o meu corpo
repousar, enfim,
Na terra fria que
lhe deu calor,
A minha alma de
poeta sonhador
Ficará nesta praça
de Almeirim.
Os estudantes
passarão por mim,
E talvez algum velho
professor
Lhes fale do que em
vida teve amor
Às crianças, aos
livros, ao jardim.
Pobre nasci e pobre
morrerei,
Porque da terra-mãe
nunca esperei
Mais do que sete
palmos do seu chão.
Mas se alguém, neste
mágico terreiro,
Colar o ouvido ao
chão, como o escuteiro,
Ouvir-me-á o bater
do coração.
Soneto publicado
originalmente no livro
“Cântico à minha terra – Sonetos” pag.92
1ª Edição em Junho
de 1999
|
Para se poder ter uma ideia de como Francisco Henriques é visto
na sua terra natal, reproduzimos agora um trecho do Jornal O Mirante de 28-06-2013, publicado aquando da celebração do 96°
aniversario do seu nascimento (ver texto completo em http://omirante.pt/sociedade/2013-06-28-francisco-henriques-fazia-hoje-96-anos):
[…]
Francisco Henriques granjeou o respeito dos seus concidadãos e deixou também
um rasto de admiração entre os seus homólogos. Alguns deles, de países como o
Brasil. Em 2004 a Associação do Património de Almeirim decidiu atribuir o seu
nome aos jogos florais nos quais participou durante anos. Ao longo da sua
vida Francisco Henriques ganhou mais de duas centenas de jogos florais
realizados pelo país. Francisco Henriques tinha um grande amor pela sua terra
e explicava a vida em três palavras:“Amizade, solidão e saudade”. A memória
de Francisco Henriques, que em vida disse várias vezes que os verdadeiros
poetas não morrem, está presente no seu livro “Cântico à Minha Terra”,
editado por O MIRANTE, e num busto, colocado nos jardins da biblioteca
municipal de Almeirim.
Francisco Henriques
(1917-2002)
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PROBLEMA IMORTAL 11
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Publicado originalmente na Revista Cultura e Recreio a 1.6.1938, foi
depois republicado na Historia do
Problema em Portugal (Tratado da Enciclopédia Damista – II-41)
Jogam as Brancas e Ganham
Sendo este trabalho um exemplar do Tema Desvio de Dama Negra [Tema
Nº95 do Tratado da Enciclopédia Damista], uma vez que existem 3 desvios da Dama
Negra 13, ele contem uma particularidade que queremos também destacar: o “U” Bicolor.
Vão aparecer, no decorrer da solução, dois “U”: um “U” Negro e um “U” Branco:
Solução: 2-6 (Chave de ganho
de tempo), 14x4 (ou 13x3), 23-27, 13x3 (ou 14x4), 16x23, 3x16, 27-30, 16x27 (a
DN13 termina o “U” Negro), 30x23x14x25 (“U” Branco) e Bloqueio nas Paralelas GB
Francisco
Henriques, já em 1938, numa época em que os trabalhos eram maioritariamente “espessos,
pesados, em que muitas vezes não se atendia à verosimilhança, quase sempre «Quebra-Cabeças» e com pouco conteúdo
artístico,” (retirado da Historia do
Problema em Portugal – Tratado da Enciclopédia Damista II-25), começa a
criar escola com trabalhos ligeiros, em que a inferioridade Branca é a primeira
característica que ressalta à vista.
Quanto ao
conteúdo artístico… é algo que encanta!
PROBLEMA IMORTAL 12
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Publicado originalmente na Revista
Portuguesa de Damas em 01.06.1939 e republicado no Tratado da Enciclopédia
Damista II-51 e 707 como exemplo do Tema Bloqueio
com Sub-Bloqueios (só num Ramo) [Nº60].
Foi ainda republicado na Revista
da Enciclopédia Damista com o Nº3236 no artigo "Sobre Bloqueios
(5)" do Dr. J.G. Fernandes:
Jogam as Brancas e Ganham
Solução: 11-2 e Bloqueio com
Sub-Bloqueios num só dos ramos:
ð 28-1 (ou 10 ou 14), 20-23, 1x28, 15-20,
24x15, 2x31 GB
ð 28-31, 2-9 e Sub-Bloqueio:
§ 32-28, 15-19, 24x15, 19-22, 31x18, 9x31x24x2
GB
§ 31-28, 9-31 e novo Sub-Bloqueio:
o 28-14 (ou 10 ou 5 ou 1), 20-23, 14x28, 15-20
e 31x GB
o 28-19, 15x22, 24x15, 31-24 (ou 22-26, 15-11
[se 15-12, 31-18 GB], 26-30 GB), 15-12, 24-11, 12-8, 11-4 GB
Comentário: !
Quando a
simplicidade é genial é costume acrescentar-se um ponto de exclamação.
PROBLEMA IMORTAL 13
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Publicado
originalmente a 1 de Agosto de 1940, como 1° Problema da Revista “Em Frente do Tabuleiro”, este trabalho
foi republicado posteriormente em imensos locais:
§ Francisco Henriques insere-o no seu artigo “Técnica da construção do Problema” como exemplo para o capitulo d)
ECONOMIA que é publicado no Século
Ilustrado a 22 de Fevereiro de 1942.
Nesse capitulo d) Francisco Henriques afirma: “[A
ECONOMIA] é também um factor de beleza. O Problema não deve ser um confuso
amontoado de «peças»; para a sua boa estética deve evitar-se a excessiva
aglomeração de material, de forma que a posição se desenhe nítida e agradável à
vista.”
§ é republicado também na Revista Esfera a 5-7-1942, na Revista La
Provincia a 15-9-1943, no Jornal do
Comércio a 6-2-1944, na revista Auditorium
em Dezembro de 1949, no Vamos Decifrar
N°227, no D. de Setubal a 6-4-1962
§ e no “ABC do Problemista”
de António Eduardo Igrejas com o Diagrama N°273 na Pag.111.
§ e no Tratado da
Enciclopédia Damista II-498 como exemplo do Tema ANGULAR 3 [N°3];
§ foi ainda republicado com o Nº2988 na Revista da Enciclopédia Damista em Abril de 1980!
Na Historia do Problema em Portugal
(Tratado da Enciclopédia Damista – II-52), o Dr. Orlando Augusto Lopes afirma:
“Não se compôs, até hoje, melhor exemplo para
o «tema angular»!”
No ABC do Problemista
Pag.111, António Eduardo Igrejas afirma
textualmente:
“Depois disto não há mais nada para criar… tudo
o que se fizer sobre este tema será, comparadamente, insignificante.”
Jogam
as Brancas e Ganham
Solução: 11-15 e temos o PB11
que, atacado pela DN20, não se intimida e avança em sua direcção forçando, ao
abrigo da Lei da Quantidade, o lance 4x32 (1° Angulo de Dama Negra), 24-28 e
temos de novo um peão que avança intrepidamente e agora sacrifica-se libertando
ao mesmo tempo a casa 24 e força, de novo pela Lei da Quantidade, o 32x12 (2° Angulo da mesma Dama Negra), 8x24 (3° Angulo agora de Peão
Branco que captura as duas Damas Negras!) GB
Depois dos
comentários que o Dr. Orlando Augusto Lopes e António Eduardo Igrejas fizeram a
este trabalho que mais se poderá dizer?
Se olharmos
criticamente o trabalho de Francisco Henriques é legitimo questionar a
utilidade do Peão Negro 31. Evita demolição? Não. Então para que serve?
É um “elemento
subsidiário” que complementa a estética da posição e a torna “agradável à
vista” e, assim… o problema fica memorável, a «elegância da forma» entranha-se
no nosso imaginario!
Um outro
comentário que se poderá fazer, é corroborar a afirmação peremptoria de António
Eduardo Igreja, confirmando-a com um exemplo.
O Génio dos Problemas Variáveis que foi Joaquim Eliseo
Restivo, transpôs a posição e conseguiu compor a ideia central do trabalho de
Francisco Henriques sob a forma de Problema Variável, tendo a sua publicação
sido feita na Revista da Enciclopédia Damista com o Nº5087 a 01.02.2002:
Jogam as Brancas e
Ganham
Chave: 14-10 e GB
É certo que
este é um Problema Variável, é certo que Joaquim Restivo consegue ainda reduzir
o numero de peças à posição inicial de Francisco Henriques, é certo que a ideia
de Movimento Angular de peão que captura as duas Damas Negras está aqui também
expresso, mas… alguém trocaria o Problema Clássico de Francisco Henriques por
este Problema Variável?
António
Eduardo Igrejas tinha razão.
Uma vez que a
pérola emerge… tudo o resto se torna insignificante!
PROBLEMA IMORTAL 14
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Publicado originalmente na Revista Em frente do Tabuleiro em 1.12.1940.
Foi também republicado no Tratado
da Enciclopédia Damista II-53 e 888 como exemplo do Tema MESMOS EFEITOS
[Nº124] e no primeiro Volume dos Finais Práticos Básicos Pag 115.
Jogam as Brancas e
Ganham
Solução: *19-23! e se:
ð 28x19, 7-12, 4x9, 12x31 e Bloqueio Angular GB
ð 27x20, *11-15 a surpresa que permite ao abrigo
da Lei da Qualidade, o mesmo efeito visto na linha anterior, 4x9, 11x31 e
Bloqueio Angular igual GB
Nos dias de hoje seria considerado um Problema Variável banal.
Em 1940 representou condignamente os primórdios da modernidade
no Problemismo em Portugal!
PROBLEMA IMORTAL 15
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Publicado originalmente na Revista Palavras Cruzadas em Maio de 1942 (Final N°6).
Foi depois republicado na Revista
da Enciclopédia Damista em Março de 1958, na pagina 105 e também com o
Nº3264, na pagina 2409.
Foi também publicado no Tratado
da Enciclopédia Damista II-772 como exemplo do Tema Cossacos Cativos [Nº84] e em II-895 como exemplo do Tema OBSTRUÇÃO de CASA [Nº126].
Jogam as Brancas e
Ganham
Solução: 12-15 (Chave
ampliativa mas não deixa de ser um lance forçado pois qualquer outro tentativa
Branca dá empate imediato) e se:
ð 32-1 ou 5 ou 14 ou 23 ou 28, isto é, qualquer
movimento de Dama é variante atemática pois basta o PB15 jogar à casa 20 e o
final que resulta é de ganho facil GB
ð 16-12 a variante temática que surge em
consequência da chave ampliativa, *15-20 força 12-7 (que outra?), 20-23, 32x3,
8-4 Cossacos Cativos e GB pois o PB17 obstroi a única casa de fuga da DN
que lhe daria o empate.
O Tema Cossacos Cativos
não se antevê facilmente a partir da posição inicial!
O PN16 é “gentilmente” conduzido até à casa 7 para que, no
bloqueio final, obstrua a fuga da DN3 pela diagonal 3"16.
PROBLEMA IMORTAL 16
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Publicado originalmente na Revista «A Esfera» a 20-6-1942.
Foi também republicado no Tratado da Enciclopédia Damista III-28
e no 1° Volume dos Finais Práticos Básicos
Pag. 21 como exemplo de Final de Dama x 3 Peões.
Jogam as Brancas e
Ganham
Ensaio: 4-14, *22-18, 14x30,
9-5 EMP
Solução: *4-18, 22x13, 25-29
que obriga a Progressão de Peão Negro
semi-forçada por 26-21 (se 26-22, 29x19 GB), 29-25 e repete a Progressão de Peão Negro semi-forçada (se
29-19, *21-18 EMP), 21-17 (se 21-18, 25x14 GB), 25-14 e agora sim, a DB consegue
dominar os 3 peões Negros GB
Pequena joia!
Uma chave de
longo sacrifício de Dama acrescenta sempre um encanto “escondido”!
Repare-se que a DB25
poderia ser substituída por um Peão Branco que a solução era igual.
A Dama abaixo da sua força viria a ser
tema de um Artigo de Manuel Melo publicado na Revista da Enciclopédia Damista
N°300, em Fevereiro de 1983 (Pag 2693), que a considera como “elemento valorizante por acção psicologica”
(e não como um defeito do Problema), caso essa Dama “obrigue o solucionista a dispersar-se noutras tentativas de ganho”.
Neste caso do
Problema Imortal 16, temos a tentativa 25-14 que não existiria se a DB25 fosse
Peão Branco.
Este lance 25-14
só não se pode considerar Ensaio porque as Negras empatam de duas formas (por
26-21 ou por 22-18) mas é um lance que poderá muito bem ser imaginado pelo
solucionista e, portanto, é um “elemento valorizante” da composição.
PROBLEMA IMORTAL 17
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Publicado originalmente na Revista Vida Mundial Ilustrada a 10.02.1944.
Foi também republicado na Revista
da Enciclopédia Damista no Artigo "Erros alheios e ... Nossos"
Nº362D.
Nesse mesmo Artigo, o Dr. Sena Carneiro considera este Problema como
o primeiro trabalho em que surge pela primeira vez o bloqueio Br: (4), (6), 11
Pr: (2), 24, 25 JNGB.
Jogam as Brancas e
Ganham
Ensaio: 4-14, *5-2, 6-10 mas
não passa de uma tentativa inglória pois 24-20, 3-12, 2-6, 12-3, 6x17, 14-10,
17x6, 3x e a Dama Branca já não consegue dominar os Peões Negros e EMP
Solução: *6-11! e Armadilha Anti-Promoção:
ð 24-20, 11-15 ou 3-10 GB
ð 25-21, 3-10 força a promoção por:
§ 5-1, 10-5 ou 10-32 GB
§ 5-2, *10-17 única (se 11-14, 24-20, 4-8,
20-16 EMP), 2x, 17x GB
ð 5-1, 3-10 e 4x11 GB
ð 5-2 (Variante temática), *3-6 e Bloqueio por progressão de Peão Negro Livre:
§ 2-5 (ou 9), 3-10 (ou 13) e 4x11 GB
§ 25-21, 3-17, 2x, 17x GB
§ 24-20, *11-15!, 2x11 Lei da Qualidade, 4x14 (ou 18), 20x11, 14x4 GB
Alguém diria, olhando para esta Posição de Jogo, que o ganho
Branco só é possível porque existe a Lei da Qualidade ?!
Um exemplo que corrobora e dá razão a Francisco Henriques quando
veementemente se bateu pela inclusão da Lei da Qualidade no Regulamento
Internacional do Jogo das Damas para o Tabuleiro de 64 casas que o Dr. Lafora, em
1944, quis criar para uniformizar as regras do Jogo entre Portugal e Espanha.
PROBLEMA IMORTAL 18
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Publicado originalmente na Revista Século Ilustrado em 13.5.1944.
Foi depois republicado:
§ Na Historia
do Problema em Portugal (Tratado da Enciclopédia Damista – II-75).
§ e no “ABC
do Problemista” de António Eduardo Igrejas na Pag.71.
Jogam as Brancas e Ganham
Solução: 20-23, 27x20,
*10-13!!!, 28x14x7x16 forçado pela Lei
da Quantidade, 13x29 e Bloqueio
Angular Impuro GB
Fazendo uma
analogia com os nomes de marcas que, pelo uso comum, se tornaram sinónimos de
produtos, é como se Francisco Henriques compusesse Problemas da mesma forma
como a Gillette, ou a Bic, ou a Pyrex, ou a Araldite …, conceberam os seus
produtos!
Francisco
Henriques pegava num Tema e aprimorava-o até encontrar a sua expressão
essencial!
Todas as
variáveis artísticas são optimizadas ao mais elevado grau possível, mantendo-se
no entanto a elegância e o equilíbrio da estrutura no seu global.
É esta a
tónica nos trabalhos de Francisco Henriques: a primazia da Qualidade!
Antonio
Eduardo Igrejas, na Revista da
Enciclopédia Damista N°144 de Maio de 1971, tornou famoso o conselho de
Francisco Henriques:
“Problemas, mais vale poucos e bons que
muitos e ruins!”
PROBLEMA IMORTAL 19
|
Publicado
originalmente na Revista La Província
sob o pseudónimo de «Damófilo», em 28.9.1944. Foi
depois republicado na Historia do
Problema em Portugal no Tratado da Enciclopédia Damista II-58.
Jogam as Brancas e
Ganham
Solução: 22-26 e se:
ð 30x21, 20-23, 1x28, 32x25 GB
ð 30x17, 20-23, 1x28, 32x10, 17x6, 3x10 Mate Cruzado GB
ð 30x16, *24-28!, 31x24, 26-30 e Bloqueio Semi-Solto pois se:
§ 16-12, 30-23, 1x28, 32x8 GB
§ 24-20, 30-26 e Bloqueio
Angular Impuro que também se pode obter de forma idêntica por 30-23 e 32x19
GB
Como escreveu
o Dr. Orlando Augusto Lopes na Historia
do Problema em Portugal no Tratado da Enciclopédia Damista II-58: “[…] tudo parece possível menos a vitória das
Brancas.”
PROBLEMA IMORTAL 20
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Publicado originalmente na Revista «Estratégia Damista» N°1, no ano de 1945.
Foi também republicado como:
· Final N°13 na Revista da
Enciclopédia Damista – N°26 em Abril de 1959 Pag.209
·
Final ** 330 ** no 5° Volume do Tratado da Enciclopédia Damista – III-196
·
Final 532 (a) no 1° Volume dos Finais Práticos Básicos – Pagina 226
a)
Pequena curiosidade: nos Finais
Práticos Básicos, este Final foi publicado (por lapso certamente) sem nome
de Autor mas ele pertence bem a Francisco Henrique há mais de 7 décadas !!!
Na pagina 209 da Revista da Enciclopédia Damista, o Dr. Sena
Carneiro afirma que este “belo final”
já por duas vezes lhe surgira em jogo prático.
No Tratado da Enciclopédia Damista – III-196, este final foi
classificado de “conhecimento indispensável a todo o bom finalista” daí os dois
asteriscos (**) de cada lado do N° do Final.
Jogam as Brancas e
Ganham
A estratégia de ganho deste Final Prático passa por 3 etapas:
1ª Etapa: forçar a DN a ir à
casa 30
2ª Etapa: uma vez a DN em 30,
a DB posiciona-se na casa 19
3ª Etapa: só após a 1ª e a 2ª Etapas
realizadas é que o PB8 se vai movimentar até à casa 16.
É este
posicionamente do Peão Branco na casa 16 que vai forçar a DN a abandonar a linha
17"30
(se insistir em permanecer em 21 ou 17, as Brancas fazem 22-26 e 19-23 e 16x23
GB) e o PB22 poderá então progredir até à promoção e GB.
Mas o ganho
branco, mesmo com o PB22 promovido a Dama, ainda está longe de se encontrar
concluido pois falta ainda fazer o Passe de PB16 contra PN31 através do,
historicamente famoso, Final Prático Básico N°638, em que Manuel Melo
estabeleceu o mínimo técnico de 22 lances para a promoção do PB16 na casa 32,
depois deste Final ter sido estudado por Montero, por Garcez, por Cecina Rica,
por Sabater, pelo Dr. Orlando Augusto Lopes, pelo Capitão Evaristo Borges e por
Rodrigues de Sousa.
É de realçar também
que a utilidade prática desta estratégia de Francisco Henriques é ainda
ampliada pelo facto de, caso o PB ainda esteja na casa 4, este terá que
obrigatoriamente progredir pela casa 8! Se tenta progredir por 4-7, as Negras
empatam!
Vejamos então
as várias tentativas Brancas e a Solução
a partir da posição inicial publicada por Francisco Henriques:
· Se as Brancas tentam avançar já o PB8 fazendo 8-12(?), as Negras
empatam de imediato:
Jogam
as Negras e Empatam
Solução:
*21-7 e se:
§ 12-16, 7-12, 10-19, 12-8, 16-20, 31-27 ou 28 e EMP
§ 12-15, 7-12, 15-19 (se 10-19, 31-28 EMP), 31-27, 22x31, 12x29
EMP
· Se as Brancas tentam saltar a 1ª Etapa e colocam já a DB na casa 19 sem que a DN esteja em 30, as
Negras jogam precisamente à casa 30 fazendo o *21-30.
Se agora o PB8 avança, jogando 8-12, as Negras empatam de
imediato:
Jogam
as Negras e Empatam
Solução: 30-16,
12-15 forçado, e as Brancas, ao não conseguirem colocar o PB8 na casa 16
empatam pois 16-30, 19-1, 30-21 (ou 17), 15-20,
21-30, 20-24 (se 1-23, 31-28 EMP), 30-17 e a DN mantendo-se na linha 17"30 empata.
· Na solução deste Final, as Brancas têm, portanto, que começar
por fazer um lance de espera com a DB que pode ser feito para as casas 1 ou 5
ou 23 ou 32 (excepto na casa 19 como acabamos de ver) e de seguida vão proceder
à 1ª Etapa: forçar a DN a ir à casa
30.
Vejamos então a Solução:
10-1 (por exemplo), 21-17 (se 21-30 temos já a 1ª Etapa anticipada, logo 1-19 e temos
a 2ª Etapa realizada), *1-14 (força a DN a ir à casa 30), 17-30 (se abandona a
linha 17"30,
22-26 etc GB), *14-19 (2ª Etapa consumada.
A DB posiciona-se na casa 19 quando DN em 30), 30-21 (ou 17), 8-12 (só agora é
que o PB8 avança para se ir posicionar na casa 16) e se:
§ 21-17 (ou 30), 12-16 e 3ª
Etapa realizada logo a DN tem que abandonar a Linha 17"30 a que se seguirá o avanço e promoção do PB22 para GB pelo
passe de PB16 contra PN31.
§ 21-18, *12-16, 18x27, 19-23, 27x20, 16x23 GB
§ 21-7, *12-16, 7-21 (pois não pode atacar em 12 devido à presença
da DB na casa 19), 22-26, 21x30, 19-23, 30x20, 16x23 GB
§ 21-4 e agora atenção pois aqui só há um lance que ganha:
Jogam as Brancas e Ganham
Ø Se 12-16 (se 12-15, 4-11 ou 4-8 EMP), *4-8! e EMP
Ø Se 19-1 ou qualquer outro lance da DB no Rio, 4-7 e EMP
Ø Só mesmo com o lance *22-26 é que se ganha!, 4-7, *12-16, 7-11,
26-29 e GB pelo FPB N°638.
Para os Damistas que não conheçam o Passe de
PB16 contra PN31 (Final Prático Básico N°638 publicado na Enciclopédia Damista e tambem neste blogue no artigo do 21/05/2011),
vamos continuar a solução, seguindo apenas a linha da melhor defesa Negra: 4-25
retarda a conquista das Paralelas, 19-5, 25-11 (passa a defesa para a linha 2"24), 29-19, 11-2, 5-9, 2-6, 9-2, 6-13, 2-15 e é formada a Posição Base, 13-18 (uma das melhores
defesas Negras, as outras são a casa 7 ou 21), *19-10!, 18-4 (melhor que
18-25), 16-20 (avança o PB16), 4-8, 15-29, 8-4, 20-23, 4-21, 29-12, 21-11, *12-26,
11-2, 10-14, 2-9, 26-15, 9-13, 15-24, 13-3, 23-28, 3-16, 28-32 e GB por Final
de 3 D x D+P de conhecimento comum.
Queremos terminar esta
homenagem ao Centenário do nascimento de Francisco Henriques, relembrando a
“verdade límpida” que ele nos legou:
“A beleza terrena
passa e morre… - Só no JOGO DAS DAMAS permanece!”
Francisco
Henriques, Mestre dos Mestres! Técnica e paixão combinadas com elegância e
poesia! Na mesma linhagem de Montero e Timoneda!
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